A capa da Revista VIP do mês de outubro é a atriz e cantora Marjorie Estiano. A gata deu uma entrevista exclusiva pra revista, confira alguns trechos abaixo:
Você estudou o comportamento das prostitutas para a personagem?
Fiz um laboratório, conversei com prostitutas em São Paulo, conheci o ambiente delas. Você passa a abrir mais o olho para esse universo, você fica procurando essas personagens na sua vida. O que mais me surpreendeu é que na vida delas nada é muito bom, nada é muito ruim. Elas estavam meio que anestesiadas, sabe? A minha vida é um gráfico louco, cheio de altos e baixos, e minha impressão é que a vida delas não tem muito objetivo. Na peça, você canta uma música da Alizée (francesaque usa pouca roupa e rebola no palco). Já considerou cantar suas músicas dançando daquele jeito?
Não compartilho dessa estética, mas ao mesmo tempo eu me envolvi, achei interessante a maneira que ela se coloca, como dança, como fala. Mas, sinceramente, nunca diga nunca, né? Algumas músicas suas cabem bem num momento de preliminares. A sua versão de Oh! Darling, dos Beatles, por exemplo, parece ótima para o sexo de reconciliação. Você pensa nesse tipo de coisa enquanto grava? Não tinha isso em mente. Mas é muito louco, né? A mesma música transporta para universos tão diferentes, dependendo do repertório de cada um que escuta. Mas, quando estou compondo, penso no que tal música me acrescenta. Mas você curte ouvir música durante as preliminares? Quais?
Eu não tenho muita regra para essas coisas. Tudo tem que ser muito natural. Quando é programado, não dá muito certo. Que os dois ali, ou os três ou os quatro, estejam a par, cientes e de acordo com o que vai acontecer. É o momento mais animal do homem, eu acho. Não pode mesmo passar muito pelo racional. Quanto menos você pensar, melhor. Você acha que a mulher deve abordar quando está interessada num homem?
Eu acho que a gente tem que agir da maneira que se sente confortável. Mas isso não significa permanecer num lugar de conforto. Eu acho que aquilo que te instiga, que te provoca, é o que te faz sair do lugar. E movimento é sempre bom. Você não tem que fazer nada que te agrida, mas eu sou aberta. Precisamos ser francas e buscar o que queremos. Ficar esperando sentada não vai te ajudar a conquistar as coisas que quer. Na vida real, você é tão meiga quanto seus personagens da TV?
A ideia da meiga não é muito decorrente das personagens. A primeira personagem que eu fiz foi a Natasha, que não se importava em ser educada com ninguém. O que cria essa imagem são as minhas feições mesmo. São os estereótipos. Fulana de tal é a gostosa, cicrana tem cara de louca, e eu devo ter essa cara de meiga. Eu não me definiria como uma pessoa muito meiga. Como você se definiria, então?
Sou uma pessoa afável, mas acho que meiga não é o meu cartão de visitas. Eu não consigo me definir, isso é bem mais fácil para os outros. E, no final das contas, cada um vai ter uma definição diferente. Como é viver uma prostituta de Amsterdã no teatro?
Eu estava procurando uma personagem que me exigisse tudo isso. Nunca tinha feito nada parecido com a Christine [protagonista dapeça]. O meu raciocínio é este: procurar sempre fazer coisas que me instiguem, que eu não saiba nem por onde começar. Na nova novela, você vai interpretar uma personagem totalmente oposta da que está fazendo nos palcos.Como é passar de mulher sensual a reservada?
É um processo de concentração muito pessoal. É o figurino que te compõe, é uma música que você ouve... Que músicas te preparam?
Eu costumo fazer um repertório para cada personagem. Cada uma tem um universo que me instiga mais. Para a Christine, eu gosto de ouvir muito Yann Tiersen, Philip Glass. Para a Manuela, é algo mais leve. O que achou deste ensaio para a VIP?
Fiquei bem feliz com o resultado. Achei que o personagem ficou redondinho. E para mim foi bem relaxante. Gostei bastante. A “mulher submissa” é um fetiche forte?
Eu nem pensei nisso enquanto fazia as fotos. Isso de lavar o chão, a janela, não te retrata como uma mulher submissa. Ali a personagem estava se divertindo, à vontade. Ela era mesmo a dona da casa, dona da situação. Eu já lavei chão, janela, nunca me senti submissa por causa disso.
A revista VIP da Marjorie já esta nas bancas de todo o Brasil! Corra e garanta a sua!