A volta de Morrissey ao país foi cercada de expectativas. Afinal, depois de sua última passagem por aqui em 2012, ele teve outra turnê cancelada em cima da hora por problemas de saúde. Recentemente ele revelou se tratar de um câncer no esôfago, que lhe deixou fraco e debilitado.
Por isso reencontrar o ídolo era uma tarefa ingrata : ir era correr o risco de ver uma artista sem brilho no palco; não ir era perder a ( talvez ) última oportunidade de ver Moz ao vivo.
Mas quem foi ao Metropolitan no Rio de Janeiro ontem não teve tempo de pensar em nenhuma dessas coisas. Com todo gás, e com a voz tinindo, Morrisey entrou no palco soltando de cara seu maior sucesso da carreira solo, “Suedehead”. Pronto, público eufórico e jogo ganho. Se a plateia já correspondia cantando junto as músicas da carreira solo dele, a coisa toma um vulto maior quando ele solta “This charming man” de sua antiga banda, The Smiths. Mas foi show de turnê de divulgação, no caso de seu último disco World Peace Is None of Your Business, então a prioridade foram as canções do álbum, somando a sete no total. Mas isso não desanimou os fãs, que foram eletrizados com a presença de palco do cantor e de sua excelente banda. Num show executado á perfeição de cabo a rabo, alguns momentos se destacaram, como a versão para outra canção dos Smiths, “How soon is now ?” que teve uma execução magnífica e um final apoteótico.
Como um visível bom humor, o cantor falou pouco com a plateia, mas foi disparando música atrás de música sem dar tempo para o concerto esfriar. Foi também com estrema simpatia que ele parou uns minutinhos para autografar livros e discos apontados em sua direção.
Foi uma noite inesquecível para os fãs do ídolo, resta esperar que ele fique plenamente reestabelecido de saúde e possa voltar mais outras vezes.
Por: Fabricio Rocha
